Apenas ruínas
Se você soubesse quantas vezes chamei seu nome no meio da noite, talvez mudasse essa sua postura. Talvez, me olhasse diferente. Me olhasse nos olhos e enxergasse o amor que nunca deixou de existir em meu coração.
Não foi por não te amar, não foi por não te desejar. Eu parti por você. Eu parti por mim. Você me afastou. Eu me afastei.
Sua falta de percepção, sua intolerância, sua falta de perspectiva diante da vida à dois.
Eu parti por falta de carinho e atenção, por falta de receber amor. Quando vi, eu já nem o ofertava mais.
Senti sua falta todos os dias. Senti seu cheiro em cada cômodo da casa. Senti seu toque no meu corpo em cada sonho, noite após noite.
Desejei você aqui. Liguei para ouvir sua voz. Enviei mensagens para ter o que receber de volta. Fiz tudo o que eu podia e devia para não ter que ir embora e quando fui só fiz querer voltar.
Você escapou por dentre meus dedos como água. Deslizou vida à fora como o vento passa pelos cabelos finos de um bebe. Se tornou uma história. Só mais um capítulo.
Quanto mais me reaproximo mais me esqueço do porquê parti. Quanto mais me reaproximo mais meus motivos parecem pequenos. Quanto mais me reaproximo mais parece que meu lugar é ao seu lado.
Mas eu não posso esquecer seu desprezo. Não posso esquecer seu desdém. Não posso esquecer a tortura psicológica que sofri. Os dias que passei em prantos. A dor, a humilhação, a solidão. Não há como esquecer. Voltar só traria tudo à tona outra vez.
O melhor é mesmo o adeus. Não há nada para mudar. Não há nada pra resolver ou para salvar. O que quer que poderia ter sido diferente, não foi. O que quer que poderia mudar não mudou. O amor que poderia ter sentido, demonstrado ou direcionado à mim, não o fez.
Quer saber? Foi você quem destruiu tudo. Foi você quem continua destruindo tudo.
Sinto muito outra vez. É hora de continuar!
Autora: Thais Paolucci