Gratidão à vida

E com o passar do tempo você percebe que de fato são poucas as pessoas de quem você realmente gosta. E quando eu digo “gosta” estou usando o sentido mais sincero e profundo da palavra.

Algumas pessoas a gente tolera, simpatiza, mantém um contato saudável, agrega à nossa vida por formalidades ou, fatalidades. Mas outras a gente simplesmente gosta e quer ter por perto sim e isso é tudo.

Aquela amizade gostosa que você deseja manter porque gosta da companhia da pessoa,possui interesses em comum, podem permanecer em silêncio quando juntos e ainda assim em harmonia. Aquela amizade sem interesses, sem intenções, onde a única motivação é existir sintonia. Existir afeto.

É. Com o passar do tempo vamos nos distanciando de tudo e todos que não nos agregam bons momentos, sensações e até mesmo risadas sinceras. Vamos selecionando amizades e relacionamentos de uma forma geral. Amores vem e vão, mas as amizades sinceras que fazemos antes, durante ou depois deles permanecem.

O prazer da vida é conseguir enxergar com clareza que você pode ter por perto apenas pessoas que te fazem bem e saber selecioná-las. Tão gostoso quanto é ver que o afeto é recíproco e sentir-se grato à vida por nos proporcionar esta experiência.

Fato também que quando estamos bem conosco temos maior sensibilidade para enxergar tais coisas e não nos deixamos entorpecer pelas peripécias do dia a dia que fazem com que todos, sem exceções, fixem relacionamentos tendo a permuta como base.

Não entendeu? Deixe-me explicar melhor.

Quantas vezes você já sentiu que determinado amigo ou aquela pessoa com quem teve um relacionamento não te valorizou? Quantas vezes sentiu que fez demais por alguém e não teve nada em troca?

De fato a ingratidão é um dos piores defeitos que alguém pode ter, não é?

Porém, te afirmo. Se você esperava algo em troca, o “não sincero” era você. Não podemos manter relações onde nos doamos para receber o outro de volta, onde fazemos algo esperando que o outro também faça. Isso é permuta. É como se você estivesse emprestando seu afeto ao próximo. Não é uma forma saudável de se relacionar porque sempre acaba em decepção para um dos envolvidos.

Feliz somos quando estamos centrados em paz, amor e em harmonia com o todo. Assim podemos perceber que as relações que mais nos agregam alegrias são aquelas onde não existe interesse, não existe permuta, não existe nada além de afeto sincero.

Ah, como é bom quando essa seleção passa a ser natural em nossas vidas e nos traz apenas sentimentos puros.

Gratidão às experiências que nos elevam.

 

 

Autora: Thais Paolucci