Lembro-me deles e não das pessoas

E qual é o sorriso mais bonito do qual pode se lembrar? Eu não saberia dizer.

Já vi sorrisos ingênuos e maravilhosos que se esconderam atrás de lábios infelizes com seu envelhecer. Sorrisos leves e descontraídos, que deram lugar a movimentos para palavras torpes. Falsos sorrisos e sorrisos amigáveis.

Sorrisos com desejo e sorrisos com lágrimas. Sorrisos sarcásticos e sorrisos infelizes.

Hoje sei reconhecer cada sorriso que vejo. Não encontro nenhum que chegue aos lábios após viajar entre a alma e o coração.

Também não sei mais sorrir assim. Com verdade. Estamos sempre escondendo algo. Um sentimento, um vazio, um desejo, um desgosto. Algo que impede nossa alegria de se fazer real e eternizar-se em um sorriso espontâneo e sincero.

Somos falsos até quando sorrimos. Porque o que devia representar o deleite só nos serve para esconder as escaras da alma.

 

Autora: Thais Paolucci