Livro “O Único Suspeito” – Prólogo

O Livro “O Único Suspeito” já está disponível para compra no site da Editora e em breve também estará em outros catálogos e lojas físicas. Enquanto isso, para matar um pouco a curiosidade sobre o livro, estou disponibilizando o prólogo para leitura.

A sinopse do livro você pode conferir aqui e também uma versão alternativa aqui.

O Único Suspeito – Prólogo

Segunda-feira, 03 de setembro de 2007.

Eu não podia acreditar. Aquele não era Ethan. Não. Não podia ser verdade. Eu estava ali, paralisada, observando a polícia levá-lo algemado com as mãos para trás. O cabelo bagunçado, a roupa molhada da chuva e aquele olhar passivo; vazio. Como isso podia ter acontecido? Eu estava anestesiada. Era como se não estivesse ali e sim como se estivesse assistindo a um filme. Terror. Um filme que eu não podia entender e não queria assistir. Era pior que todos dos pesadelos que eu havia tido durante os últimos meses.

As luzes das sirenes nos carros de polícia iluminavam toda a rua, a chuva não parava de cair e mesmo forte não afastava as pessoas que estavam assistindo Ethan ser empurrado para dentro do carro por um dos policiais. A vizinhança admirada nem ao menos piscava os olhos enquanto faziam comentários entre si sobre o caso. Eu? Estava ali. Atrás da faixa amarela que restringia a passagem à casa onde ocorrera o crime. Ana e Gustavo me amparavam. Me seguravam pelo braço como se a qualquer momento eu pudesse fugir. Como se pudesse correr em direção a Ethan. Talvez eles não estivessem enganados. Mas, eu estava paralisada; não conseguiria me mover. A única coisa em mim que ainda tinha vida e movimento eram as lágrimas que deslizavam involuntariamente sobre meu rosto misturando-se às gotas de chuva.

O barulho era grande. As sirenes gritavam. Os policiais berravam para afastar a população. A chuva forte caia initerruptamente. Os céus pareciam chorar ao ver tudo aquilo acontecer. As pessoas comentavam sobre o crime e chamavam Ethan de assassino. Não pareciam se importar com a chuva que as molhava.

A mãe dele estava sentada na guia da calçada, ao lado de uma ambulância estacionada em frente à casa. Ela chorava enquanto fumava um cigarro Dunhill que levava aos lábios com as mãos tremulas, revezando-se em proteger o cigarro das gotas de chuva e colocá-lo nos lábios. Parecia tão inconformada quanto eu. Ali sentada, mantinha seus olhos perdidos. Fixos ao vento. Seu cabelo vermelho fogo, na altura dos ombros, estava colado em seu rosto e muito escuro por conta da água. Sua calça jeans estava molhada, mas ainda exibia algumas manchas de sangue, assim como sua camiseta de uniforme do mercado.

Dentro da ambulância os paramédicos se revezavam em sedar uma mulher. Louca, ela gritava, tremia e chorava. Não era possível entender o que dizia. Suas palavras já estavam se embaralhando junto à língua que se enrolava ao sentir o efeito do remédio que era aplicado em seu pescoço. Não havia outro lugar, afinal, seus braços estavam fortemente amarrados na camisa de força em que a colocaram para evitar que mais uma vez ela estapeasse Lilian, mãe de Ethan.

Mais adiante, homens carregavam mais um corpo para dentro do carro funerário onde já havia um corpo coberto por uma lona prateada. O que traziam estava enrolado em um lençol branco. Não demorou para que a chuva molhasse o lençol revelando o sangue da vítima.

Vários homens da polícia tentavam afastar os flashes das câmeras dos paparazzi. Eram muitos. Contavam a história como um reality show detalhando passo a passo do que estava acontecendo. Destinavam atenção especial aos vizinhos e a seus comentários rudes.

Ana e Gustavo balbuciavam algo ao meu lado. Eu os ouvia ao longe, mas não podia compreender o que diziam. Minha mente estava anestesiada, assim como meu corpo.

– Vamos, vamos embora. Para que ficar aqui e ver isso? Venha. Você não deve ir até lá. Esqueça-o!

– Anda amiga, vamos embora. Você já ficou o bastante.

Naquele momento, senti uma corrente de força correr em meu corpo, como um choque. Gritei:

– Ethan! – Minhas forças se esvaíram junto ao nome dele. Caí ajoelhada batendo os joelhos no asfalto molhado. Meus braços ainda estavam paralisados, mas com a queda se desprenderam das mãos de Ana e Gustavo.

Ao ouvir seu nome, Ethan levantou o rosto olhando em minha direção. A chuva estava tão forte que eu precisava me esforçar para vê-lo. Com a roupa molhada e colada ao corpo ele já parecia pálido e com os lábios arroxeados pelo frio. Me olhou e, nada. Um olhar vazio, sem emoção ou sentimento. Forcei meus olhos para ver se estava enxergando bem. Senti como se eu não o conhecesse, pois ele me olhou como se não houvesse ninguém ali, como se o vento que o tivesse chamado. O mesmo olhar vazio com o qual sua mãe encarava a chuva.

Ana cutucou o braço de Gustavo que suspirou irritado. Encaixando suas mãos embaixo de meus braços ele me levantou do chão em milésimos de segundo. Gustavo era um negro alto e razoavelmente forte, com o corpo bem delineado, típico de quem malhava todas as noites ao sair do escritório. Não foi preciso muito esforço para conseguir me levantar. Foi como se levantasse um saco de folhas secas.

Tudo aquilo que eu estava vendo ia se afastando enquanto ele me carregava para longe. Eu não sentia meus pés tocarem o chão. Eu estava partindo e Ethan estava lá, com os olhos vidrados olhando para mim, ou, olhando para nada.

O que aconteceu com Ethan? O que ele fez e por que está sendo preso?
De quem são os corpos e por que April está desesperada?
Capa Comum – Editora Autografia: 

E-Book – Download instantâneo:

 

Autora: Thais Paolucci


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